Por Karina Gutman
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Imagem: multimidia.gazetadopovo.com.br |
Medicina e suicídio. Por que os dois temas são correlacionados? Por que o suicídio é um dos primeiros assuntos a serem discutidos ao entrar neste curso? Por que a população não se assusta mais ao citarmos que mais um estudante da área resolveu acabar com a vida?
É preciso reconhecer que os alunos de medicina sofrem tremenda pressão. Desgaste emocional e físico também estão sempre presentes, uma vez que, na maioria dos casos, estamos falando do ensino em período integral. Frustração, autocobrança, medo do fracasso, sem contar com a carga emocional que os acompanha, são apenas alguns dos itens que abalam a saúde mental do jovem e, os alunos da área lidam com todos eles de uma vez. O suicídio hoje é a terceira principal causa de morte entre jovens, com o percentual sempre aumentando.
Uma pesquisa feita na Faculdade de Medicina de São Paulo (USP) em 2017 apresenta que 41% dos estudantes de medicina no Brasil apresentam sintomas de depressão. Estudos científicos apontam que o número de suicídio entre quem ainda está cursando medicina e quem acabou de concluir o curso é quatro a cinco vezes maior que a da população em geral em todo mundo e, para a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a estimativa de tentativas ainda superam o número de êxito em pelo menos dez vezes.
O G1 apresentou alguns sinais de alerta que podem indicar se a pessoa está em situação de limite, sendo eles o momento em que a pessoa:
- Insinua que é um fardo para os demais e que em breve deixará de prejudicar os outros;
- Relata que a vida não tem sentido de ser vivida e que sua morte seria um alívio para todos;
- Tem uma preocupação com o efeito do suicídio sobre os familiares;
- Verbaliza uma ideação suicida;
- Prepara um testamento ou uma carta de despedida;
- Está próxima de uma crise vital (luto; cirurgia iminente);
- Apresenta pessimismo ou falta global de esperança;
- Não consegue se recuperar após perdas ou rompimentos em relacionamentos afeitos.
É evidente a quantidade de alunos que fazem uso de antidepressivos e, por isso, as instituições procuram apoiar seus alunos através de núcleos de ajuda. Tais núcleos são de tremenda importância já que o suicídio ainda é um tabu e, dessa forma, debates são feitos e o assunto é discutido.
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Alunos de Medicina da USP se mobilizam com painel após tentativas de suicídio Foto: folha.uol.com.br |
Parabéns!
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