quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O tabu do suicídio na faculdade de Medicina

Por Karina Gutman
gutman91@gmail.com

Imagem: multimidia.gazetadopovo.com.br


Medicina e suicídio. Por que os dois temas são correlacionados? Por que o suicídio é um dos primeiros assuntos a serem discutidos ao entrar neste curso? Por que a população não se assusta mais ao citarmos que mais um estudante da área resolveu acabar com a vida?

É preciso reconhecer que os alunos de medicina sofrem tremenda pressão. Desgaste emocional e físico também estão sempre presentes, uma vez que, na maioria dos casos, estamos falando do ensino em período integral. Frustração, autocobrança, medo do fracasso, sem contar com a carga emocional que os acompanha, são apenas alguns dos itens que abalam a saúde mental do jovem e, os alunos da área lidam com todos eles de uma vez. O suicídio hoje é a terceira principal causa de morte entre jovens, com o percentual sempre aumentando.

Uma pesquisa feita na Faculdade de Medicina de São Paulo (USP) em 2017 apresenta que 41% dos estudantes de medicina no Brasil apresentam sintomas de depressão. Estudos científicos apontam que o número de suicídio entre quem ainda está cursando medicina e quem acabou de concluir o curso é quatro a cinco vezes maior que a da população em geral em todo mundo e, para a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a estimativa de tentativas ainda superam o número de êxito em pelo menos dez vezes.

O G1 apresentou alguns sinais de alerta que podem indicar se a pessoa está em situação de limite, sendo eles o momento em que a pessoa:
  • Insinua que é um fardo para os demais e que em breve deixará de prejudicar os outros;
  • Relata que a vida não tem sentido de ser vivida e que sua morte seria um alívio para todos;
  • Tem uma preocupação com o efeito do suicídio sobre os familiares;
  • Verbaliza uma ideação suicida;
  • Prepara um testamento ou uma carta de despedida;
  • Está próxima de uma crise vital (luto; cirurgia iminente);
  • Apresenta pessimismo ou falta global de esperança;
  • Não consegue se recuperar após perdas ou rompimentos em relacionamentos afeitos.
É evidente a quantidade de alunos que fazem uso de antidepressivos e, por isso, as instituições procuram apoiar seus alunos através de núcleos de ajuda. Tais núcleos são de tremenda importância já que o suicídio ainda é um tabu e, dessa forma, debates são feitos e o assunto é discutido.


Alunos de Medicina da USP se mobilizam com painel após tentativas de suicídio
Foto: folha.uol.com.br

Jovens enfrentam problemas arteriais causados por álcool e cigarro


Foto: russia-now.com

Beatriz Fróes
Fonte: BBC
em 01/10/2018 (Adaptado)

Segundo estudo, jovens e adolescentes que fumam e bebem já têm danos perceptíveis em suas artérias aos 17 anos de idade. A Universidade College London e a Universidade de Bristol, ambas no Reino Unido, fizeram uma pesquisa que mostraram que há um enrijecimento das artérias por conta desses hábitos quando ainda se é bem jovem. Este efeito está ligado a um aumento do risco de problemas cardíacos e em vasos sanguíneos, como AVC e infarto, em idade mais avançada. A pesquisa também detectou que as artérias dos adolescentes voltaram ao normal quando eles pararam de fumar e beber.

Fumar e beber levam a problemas arteriais precoces
Os cientistas estudaram dados coletados entre 2004 e 2008 de 1.266 pacientes que participaram do Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC), que reuniu informações de saúde de 14,5 mil famílias de Bristol, na Inglaterra. Participantes de 13, 15 e 17 anos detalhavam seus hábitos em relação ao tabaco e bebida, e exames foram feitos para verificar se havia ocorrido enrijecimento arterial. Foi informado, por exemplo, quantos cigarros já se havia fumado na vida e a idade em que se começou a beber álcool, além da frequência e intensidade com que faziam isso. Entre aqueles que haviam fumado mais de cem cigarros até o momento dos testes ou que consumiam mais de dez doses de álcool nos dias em que bebiam, havia uma maior incidência de enrijecimento das artérias do que entre participantes que tinham fumado menos de 20 cigarros durante a vida ou tomavam menos de duas doses nos dias em que consumiam álcool.

"Beber e fumar na adolescência, mesmo em níveis inferiores àqueles informados em estudos com adultos, está associado a enrijecimento arterial e à progressão da arteriosclerose", diz o autor principal do estudo, John Deanfield, do Instituto de Ciência Cardiovascular da Universidade College London. A pesquisadora Marietta Charakida, fala que o dano aos vasos sanguíneos por conta destes hábitos "se dá ainda em um momento precoce da vida". "Quando se faz as duas coisas juntas, os prejuízos são ainda maiores", diz Charakida.

Breno Caiafa, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ), diz que isso merece um cuidado maior do governo. Hoje, as campanhas dizem 'se beber, não dirija', mas não falam para não beber. As empresas de bebidas vão continuar a fazer propaganda livremente se não forem pressionadas, como ocorreu com o fumo. "Estudos mostram que beber moderadamente até pode fazer bem, mas o álcool não deixa de ser uma droga e, se consumido em excesso, gera alterações hepáticas e ganho de peso, enrijece as artérias e aumenta as chances de um AVC. Se tem esses efeitos, precisa ser controlado. O álcool talvez esteja sendo subestimado.", afirma Caiafa.

Sinal encorajador
Caiafa avalia que estudos trazem novidades ao mostrar o impacto do álcool e da bebida ainda na juventude. "Já sabíamos dos efeitos negativos a médio e longo prazo, mas não a tão curto prazo", diz. Ele explica que esses hábitos danificam a parede das artérias, gerando uma lesão à camada interna dos vasos, o que leva à formação de placas, provocando um enrijecimento e estreitamento arterial e, como consequência, há um aumento da pressão sanguínea. 

Metin Avkiran, diretor médico associado da British Heart Foundation, organização que financiou parte da pesquisa, diz que o fato dos danos poderem ser revertidos é um "sinal encorajador". "Parar de fumar é a melhor decisão que você pode tomar para proteger seu coração. E, se você bebe, não o faça de forma excessiva e siga as recomendações (das agências de saúde)", afirma. "Nunca é tarde demais para fazer mudanças que podem acabar salvando sua vida."

Situação financeira dos hospitais do Rio

Karina Gutman
Fonte: Arthur Leal, 
oglobo.globo.com (Adaptado)
em 18/09/2018


Em Setembro deste ano, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj) expôs a situação de quatro hospitais municipais, a partir de fiscalizações feitas durante o mês. Superlotação e falta de médicos são apenas alguns dos problemas tidos como resultado, problemas estes que já são de conhecimento dos moradores. Para eles, o problema existe por conta do corte de orçamento feito pela Secretária Municipal de Saúde. Os hospitais visitados foram os Evando Freire, Pedro II, Albert Schweitzer e Lourenço Jorge.

O primeiro é relatado como em estado crítico, com sua falta de material, mal uso dos leitos e superlotação. O Hospital Municipal Pedro II também enfrenta dificuldades, tendo diversas cirurgias canceladas devido também à falta de materiais, além da falta de enfermeiros na equipe, má organização dos pacientes e falta de segurança para os mesmos.

O Hospital Albert Schweitzer foi fiscalizado no dia 10 de setembro e, neste, o problema divulgado, além da escassez de leitos de UTI e de clínica e da omissão de previsão de uma possível reativação, equipamentos necessários estão em falta. Por fim, do Lourenço Jorge obteve-se a informação de que há déficit de profissionais e falta de vagas na UTI.

A seguinte declaração foi feita pela Secretaria Municipal de Saúde: 
"A Secretaria Municipal de Saúde informa que estão sendo concluídos diversos processos de compras de novos equipamentos, como intensificadores de imagem e tomógrafos, que serão adquiridos com verbas de emendas parlamentares, entre elas uma emenda de R$ 50 milhões, liberada em 7 de março, que permitiu a compra de um aparelho de ressonância magnética para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, o primeiro da rede a contar com o serviço. Só esse equipamento custa cerca de R$ 4 milhões. O empenho já foi feito e o processo de compra segue seu trâmite legal. Além da ressonância, estão entre os novos equipamentos aparelhos de tomografia computadorizada de última geração, novas camas hospitalares, aparelhos de raio-X, aparelhos de ultrassonografia, intensificadores de imagem (usado em procedimentos como aneurisma cerebral e marcapasso), microscópios oftalmológicos, além de diversos equipamentos de oftalmologia para a realização de cirurgia de catarata, entre outros procedimentos, autoclaves (aparelho para esterilização de materiais), carrinhos de anestesia, macas clínicas, ventiladores microprocessados, bombas de infusão, berços para maternidades, e computadores, que vão auxiliar na implantação do prontuário eletrônico nos hospitais. Fora a compra de equipamentos, foi autorizada a chamada de 82 médicos para a recomposição de quadro das unidades com administração direta. A SMS reitera que trabalha com a Secretaria Municipal de Fazenda no alinhamento do calendário de repasses. Os pagamentos são garantidos e feitos conforme a disponibilidade financeira e orçamentária". 

MICROCEFALIA: a doença que sumiu das manchetes

Beatriz Fróes
Fonte: Julie Steenhuysen, Reuters
g1.com (Adaptado)
em 17/10/2018  e Alexandre Yuri, 
redebrasilatual.com (Adaptado)
em 17/10/2018

Foto: rgadvocaciape.com.br

Aproximadamente três anos atrás, o Brasil enfrentava um surto de Zika que teve, dentre diversas consequências, a causa de milhares de casos de microcefalia e outras anormalidades em recém-nascidos.

O Zika foi o primeiro vírus de mosquito conhecido por afetar o desenvolvimento dos fetos e, mesmo depois de tanto tempo, órgãos mundiais de saúde temem a disseminação para novas populações, segundo pesquisa.

Mas como as mães das crianças que foram atingidas pelo vírus lidam com essa doença hoje em dia? Para começar, o poder público vendou seus olhos para esse tipo de problema, o que dificulta as pessoas que necessitam de recursos. No nível federal, a fragilidade governamental é evidente. O SUS e a saúde da população deixaram de ser uma prioridade orçamentária do governo.

"Nós continuamos enfrentando problemas sérios. A minha filha, por exemplo, está com uma sonda provisória que tem que ser trocada por uma definitiva com urgência. Ela está correndo perigo de vida por causa disso, não temos recursos para comprar uma sonda e o governo não nos fornece. Entrei com uma ação no Ministério Público, mas ainda estamos aguardando resposta", afirmou a mãe de uma criança micro de 2 anos e 4 meses, que preferiu não se identificar.

Mas segundo a pesquisa de uma antropóloga, essas mães não desistiram de seus filhos e começaram a se mobilizar. Primeiro nas salas de espera dos serviços de saúde, depois nos corredores das clínicas de reabilitação, por fim nas organizações não governamentais que abraçaram a causa. Elas passaram a ir às audiências públicas, aos gabinetes dos deputados no Congresso Nacional, às farmácias públicas. Reclamam que um remédio não chega, que um hospital não está atendendo e que um projeto de lei precisa de suporte.

"As mulheres criaram outras redes, por falta de familiares, com os profissionais de saúde, as assistentes sociais e terapeutas de reabilitação e, mais do que tudo, com as outras 'mães de micro'. Elas mantêm grupos de WhatsApp que são super assíduos, é um meio de comunicação importante onde podem pedir informações, dar conselhos, desabafar e se consolar quando preciso. Mas também onde podem circular dicas de eventos, festas, diversão ao redor dos bairros da cidade. É uma sociabilidade intensa, que vai além da microcefalia, que se tornou amizade e força política", destaca a antropóloga.

Alguns jornalistas do Brasil foram atrás de mães que contraíram o Zika na gravidez. O resultado é que a maioria delas foi abandonada pelos maridos e cuida sozinha das crianças, com muito preconceito e incompreensão até da própria rede familiar. Muitas dessas mulheres abriram mão da própria realização pessoal para dar assistência à criança que não pode andar e falar. Muitas delas confessaram ter desespero e depressão, algumas consideraram suicídio. Mas elas têm em comum o amor forte pelas crianças e esperança de uma vida melhor.

- Sou muito feliz por ser mãe da Valentina. Deus só entrega uma criança como essas para quem tem capacidade de dar muito amor e carinho a elas. Se ele confiou em mim para isso, é porque eu sou capaz - diz Fabiane Lopes, de 32 anos, moradora de Duque de Caxias, mãe de outros quatro filhos, que foi abandonada pelo pai da menina no terceiro mês de gestação. "As pessoas não respeitam os direitos da minha filha", diz uma mãe. Outras contaram histórias semelhantes a essa, como a de um passageiro de ônibus que se recusou a seguir a viagem com "esse demônio", referindo-se a um bebê com microcefalia.

Segundo o Jornal da Paraíba, neste ano, alguns cuidadores fazem treinamento para atender crianças com microcefalia. O treinamento foi com profissionais de um núcleo de educação do Samu e envolveu orientações de primeiro socorros para que os cuidadores fiquem aptos a todas as situações.

Em Campina Grande, são atendidas no Centro Especializado em Reabilitação, 103 crianças com microcefalia, sendo 74 provenientes da Síndrome Congênita Zika Vírus. Desse total, 30 crianças são de Campina Grande, tendo capacidade de atender o dobro dessa demanda, até 60 crianças e suas famílias. Elas serão assistidas por equipe multiprofissional com assistentes sociais, psicólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e cuidadores.

Entretanto, em pesquisa, essa essa é a última notícia que se tem sobre mobilização em prol da ajuda para as famílias que estão passando por uma escassez de recursos de saúde governamentais, em 2018.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Relato de vítima de violência sexual sobre atendimento médico inadequado

Por: Karina Gutman
gutman91@gmail.com

Foto: oglobo.globo.com


Desde 2013, acha-se uma lei que garante à vítima de estupro atendimento emergencial. Amparo médico, psicológico e social imediato é garantido. Ou, ao menos, deveria ser. Na prática é visto o oposto. São inúmeros os relatos de hospitais não preparados para tais situações e é inevitável concluir que, por isso, pacientes se encontram de frente ao pior cenário possível. Seja pela falta de remédios disponíveis ou pela descrença vinda do médico para com a violência ocorrida, pode-se observar que hospitais públicos não estão preparados.

O técnico de enfermagem, Yuri de Oliveira dos Santos, nos explica que, em hospitais públicos, não existe nenhum tipo de treinamento para esse tipo de situação. Ainda completou afirmando que nem o sigilo do paciente tem sido visto na prática. A partir desse ponto de vista é inevitável concluir que, o quadro atual, para a vítima, é problemático.

“Quando entrei na primeira sala, onde a médica me perguntou o que tinha acontecido, ela me disse que não poderia me dar nenhum medicamento, me colocou como última prioridade e eu percebi que ela não acreditou em uma palavra que eu tinha dito. Não sei, tudo que ocorreu lá foi errado. Fiquei muito abalada e acabei desistindo da consulta.”, desabafou uma paciente, que preferiu manter seu nome em sigilo. A mesma foi diagnosticada com depressão, semanas após o ocorrido. Casos como estes, deixam claro como a situação atual é vergonhosa. Não há psicólogos disponíveis para atendimento, disse Yuri, que nos contou também que não há medicamentos liberados para a distribuição às vítimas. 

Médico e professor na Faculdade de Medicina de Petrópolis, Norham Sumar, afirmou que, ao menos, existe uma perspectiva vinda dos médicos e profissionais em geral para com uma futura melhora. Aponta o seu ponto de vista, no qual “o ideal seria, em primeiro lugar, a colocação de um fluxo de atendimento, que respeitasse o que a lei preconiza e o que está definido para um atendimento de qualidade”. Por fim, completa colocando que é necessária também uma educação que capacite os profissionais de saúde de proporcionar, às vítimas, um bom atendimento.

Campanha de vacinação contra sarampo e poliomielite é prorrogada no RJ

Por: Beatriz Fróes e Karina Gutman
Fonte: G1 Rio e GloboNews
01/09/2018

Foto: veja.abril.com.br
A campanha de vacinação contra a poliomielite e o sarampo para crianças de 1 a 4 anos, que terminaria nesta sexta-feira (31), foi prorrogada no Estado do Rio de Janeiro até o dia 15 de setembro. A vacinação acontece de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, nas mais de 200 unidades de atenção primária - Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde.

Após um pedido da Secretaria Estadual de Saúde, os postos estarão abertos neste sábado (1º), até 12h. O objetivo é aumentar a cobertura vacinal contra essas doenças.
Até o dia 29 de agosto, as unidades da Secretaria Municipal de Saúde aplicaram 191.430 doses da vacina tríplice viral e 179.433 da VOP, que protegem, respectivamente, contra o sarampo e a poliomielite.

A cobertura da campanha no RJ está em 63,7% para o sarampo e 59,7% para a poliomielite. A meta é alcançar 95% da população alvo.

Congresso Mundial sobre saúde no esporte acontecerá em setembro, no Rio

Por: Beatriz Fróes
13/09/2018



O 35 Congresso Mundial de Medicina do Esporte vai ser realizado na cidade do Rio, no Hotel Windsor Barra, entre os dias 12 e 15 deste mês. A idéia é abordar como um dos temas Sedentarismo, debatendo sobre como o Brasil pode desenvolver maneiras para combater esse mal e melhorar a qualidade de vida da população. O evento reunirá mais de 180 médicos e especialistas, como também estudantes da área da saúde. 

Além do Sedentarismo, outros temas serão debatidos como a vida ativa de amadores e de atletas de alto rendimento, prevenções de lesões e traumas, nutrição, doping, a influência da genética nos indivíduos, métodos para quebrar recordes em maratonas e o futuro dentro do universo esportivo para transgêneros. 

Por outro lado, ainda ocorrerá um discurso dinâmico sobre a Batalha das Ligas Acadêmicas em Medicina do Esporte, e a equipe que conseguir a melhor performance ganhará troféu e prêmios.